TEMOR DO VERDADEIRO MAL E CONFIANÇA NO PAI – MATEUS 10, 26-36

TEMOR DO VERDADEIRO MAL E CONFIANÇA NO PAI

Jesus disse a seus apóstolos: “Não tenhais medo dos homens, pois nada há de encoberto que não seja revelado, e nada há de escondido que não seja conhecido. O que vos digo na escuridão, dizei-o à luz do dia; o que escutais ao pé do ouvido, proclamai-o sobre os telhados! Não tenhais medo daqueles que matam o corpo, mas não podem matar a alma! Pelo contrário, temei aquele que pode destruir a alma e o corpo no inferno! Não se vendem dois pardais por algumas moedas? No entanto, nenhum deles cai no chão sem o consentimento do vosso Pai. Quanto a vós, até os cabelos da vossa cabeça estão todos contados. Não tenhais medo! Vós valeis mais do que muitos pardais. Portanto, todo aquele que se declarar a meu favor diante dos homens, também eu me declararei em favor dele diante do meu Pai que está nos céus. Aquele, porém, que me negar diante dos homens, também eu o negarei diante do meu Pai que está nos céus”.

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“Não tenhais medo dos homens”, foi o início desta pregação de Jesus. Mas notemos que também foi o fim.

Ocorre que as pessoas têm muito medo umas das outras. São medos de vários tipos e de várias intensidades, desde o medo propriamente dito, da morte, de violência física e de outras maldades, até o simples respeito humano excessivo. Este se manifesta pelo medo da discórdia ou da crítica, ou pelo medo de desagradar, e assim por diante.

Alguns medos são infundados ou não se concretizam em males, ficando apenas na angústia de senti-lo, enquanto outros descambam para a ocorrência efetiva de algum mal.

Por isso Jesus emitiu a consolação que Mateus nos relata, fazendo sua gente lembrar que tudo passa nesta vida, inclusive o que é ruim, motivo pelo qual se deve encarar os momentos de sofrimento com a confiança de que junto a cada pessoa existe um Deus, que é Pai e a quem nada fica encoberto, e que, conhecendo o sofrimento de seus filhos, está sempre pronto a sofrer com eles e ajudá-los a superar a dor física ou moral.

Todavia, ressalva Jesus, existe um medo que precisa ser sentido, pois há um mal contra o qual é necessário precaver-se, que é aquele que conduz ao pecado e mata a alma, além do corpo após a morte.

É verdade que muitas vezes não se tem medo desse mal maior, e até se aceita compactuar com ele e aderir à sua prática, seja por prazer ou comodidade, seja por insensatez, seja por acreditar que tudo acabará bem no futuro.

Contra isso é que Jesus alerta sua gente, e no seu alerta nos deixa saber duas coisas que somente podemos conhecer porque reveladas por Deus. Na verdade, Jesus falou sobre ambas mais de uma vez, assim como nesta, em que precisou apaziguar os espíritos dos que o ouviam sobre os medos mundanos.

A primeira dessas coisas reveladas é a existência de uma vida após a morte terrena, e uma vida na qual teremos nosso corpo de volta. E a segunda é a existência do inferno, para onde irão aqueles que não temem os danos contra suas almas, e para onde irão com seus corpos e suas almas.

Mas Jesus, como sempre, não pretendia assustar seu pessoal, e também disse outras vezes que o caminho para a salvação na vida eterna é seguir sua palavra, ou seja, praticar o amor entre os homens para assim amar a Deus.

Então finalizou: “Não tenhais medo! Vós valeis mais do que muitos pardais. Portanto, todo aquele que se declarar a meu favor diante dos homens, também eu me declararei em favor dele diante do meu Pai que está nos céus. Aquele, porém, que me negar diante dos homens, também eu o negarei diante do meu Pai que está nos céus”.

Por Dr Ricardo Mariz de Oliveira