A HUMILDADE QUE JESUS DESEJA EM TODOS – LUCAS 14, 1.7-14

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A HUMILDADE QUE JESUS DESEJA EM TODOS

Aconteceu que, num dia de sábado, Jesus foi comer na casa de um dos chefes dos fariseus. E eles o observavam. Jesus notou como os convidados escolhiam os primeiros lugares. Então contou-lhes uma parábola: “Quando tu fores convidado para uma festa de casamento, não ocupes o primeiro lugar. Pode ser que tenha sido convidado alguém mais importante do que tu, e o dono da casa, que convidou os dois, venha te dizer: ‘Dá o lugar a ele’. Então tu ficarás envergonhado e irás ocupar o último lugar. Mas, quando tu fores convidado, vai sentar-te no último lugar. Assim, quando chegar quem te convidou, te dirá: ‘Amigo, vem mais para cima’. E isto vai ser uma honra para ti diante de todos os convidados. Porque quem se eleva será humilhado, e quem se humilha será elevado”. E disse também a quem o tinha convidado: “Quando tu deres um almoço ou um jantar, não convides teus amigos, nem teus irmãos, nem teus parentes, nem teus vizinhos ricos. Pois estes poderiam também convidar-te e isto já seria a tua recompensa. Pelo contrário, quando deres uma festa, convida os pobres, os aleijados, os coxos, os cegos. Então tu serás feliz! Porque eles não te podem retribuir. Tu receberás a recompensa na ressurreição dos justos”.

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O Evangelho é caracterizado pela simplicidade da redação imprimida por seus quatro autores. A despeito das notórias diferenças de estilos entre eles, todos relatam o que ocorreu na Palestina durante três anos e o que Jesus disse nesse tempo, e relatam sem qualquer rebuscamento e sem recurso a imagens grandiosas. A passagem relativa ao anúncio do nascimento de Jesus, feito pelos anjos aos pastores, é a única na qual uma quantidade de anjos celestes proclama o fato auspicioso e entoam hino no céu, e é muito provável que os pastores tenham contado o que viram e ouviram. Outras poucas vezes os evangelistas relatam que se ouviu uma voz vinda do céu. Mas nos demais relatos, tudo se passa na terra e é mencionado por modo simplíssimo.

 

Neste trecho que lemos hoje, no qual Jesus mais uma vez vai ensinar a humildade, com muita ênfase e com a ilustração de um fato que realmente estava acontecendo, a própria forma da exposição de Lucas reveste-se da simplicidade característica do Evangelho: Aconteceu que, num dia de sábado, Jesus foi comer na casa de um dos chefes dos fariseus.

 

Notemos desde logo que a simplicidade é irmã da humildade, e é inimiga da soberba e da ambição desmedida. Por isso Jesus se definiu “manso e humilde de coração”. Essa atitude típica de Jesus é a mesma que ele quer encontrar nos seus seguidores, pois também disse: “Tomai sobre vós o meu jugo e aprendei de mim, que sou manso e humilde de coração, e encontrareis repouso para vossas almas, porque o meu jugo é suave, e o meu peso leve” (Mt 11,29-30).

 

Evidentemente, é uma atitude radicalmente diferente da dos convidados da festa descrita por Lucas, que se permitiram sentar-se nos melhores lugares porque estariam mais perto do dono da casa e pareceriam mais importantes aos olhos dos demais.

Nós vemos comportamentos como este à toda hora e nas mais diversas situações: pessoas que chegam falando alto, pessoas que ocupam lugares na frente, pessoas que usam roupas vistosas para parecerem ricas etc.

 

Não há mal, por exemplo, em alguém possuir um carro luxuoso adquirido com o produto do trabalho ou por outro meio lícito, se deseja ter um veículo bom, seguro e confortável para seu uso. Mas ter o mesmo objeto pode ser motivado pelo desejo do proprietário de se expor perante outros. Para este, Jesus diz que já teve a sua recompensa neste prazer mundano e tão inútil, e não a “recompensa dos justos”.

 

Ao “furão” que ostenta sua pretensa grandeza Jesus opõe o homem simples, que não se preocupa com o que outros vão pensar dele, e que chega a deixar de convidar parentes e amigos para sua festa, preferindo chamar pessoas que, por qualquer motivo, não tenham condição de lhe retribuir o convite.

 

E deve ser assim, porque a retribuição da admiração dos homens, induzida pela ostentação, é passageira e irrelevante. A admiração que conta de verdade é a das pessoas humildes, que recebem algo sem expectativa de que devam retribuir, e que Deus recebe com alegria ao mesmo tempo em que outras pessoas admiram.

 

O pretencioso pode, inclusive, nem chegar a usufruir do prestígio que espera, pois pode acontecer como na parábola, de ser rebaixado pelo dono da festa e passar um carão na frente daqueles para quem queria se exibir.

 

Ao contrário, o que é humilde como Jesus não tem o fardo da disputa pela admiração alheia, nem sofre a ansiedade de não ser reconhecido. Para ele, a humildade é suave e não pesa.

 

Enfim, a mensagem de Jesus se resume nestas suas palavras: quem se eleva será humilhado, e quem se humilha será elevado”. Isto ocorre principalmente perante Deus, mas também acontece entre os homens.

Por Dr. Ricardo Mariz de Oliveira

Categories: Evangelho Semanal

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