A SANTÍSSIMA TRINDADE – JOÃO 16,12-15

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A SANTÍSSIMA TRINDADE

Jesus disse a seus discípulos: “Tenho ainda muitas coisas a dizer-vos, mas não sois capazes de as compreender agora. Quando, porém, vier o Espírito da Verdade, ele vos conduzirá à plena verdade. Pois ele não falará por si mesmo, mas dirá tudo o que tiver ouvido; e até as coisas futuras vos anunciará. Ele me glorificará, porque receberá do que é meu e vô-lo anunciará. Tudo o que o Pai possui é meu. Por isso, disse que o que ele receberá e vos anunciará é meu”.

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Lembremo-nos de que no domingo passado lemos sobre a promessa de Jesus quanto ao envio do Espírito Santo aos seus apóstolos e discípulos, que, afinal de contas, somos nós todos que vivemos seguindo sua palavra.

Hoje comemoramos a festividade da Santíssima Trindade, num prolongamento natural daquela promessa, na qual Jesus assegurou que o Espírito Santo lembraria a todos o que lhes havia ensinado, e que tais ensinamentos representavam a palavra não somente dele, mas também do Pai, o qual viria juntamente com Jesus morar nos corações dos seus seguidores segundo essa mesma palavra.

O trecho acima é uma continuação da mesma revelação, pois tem o mesmo conteúdo, apenas dito novamente através de outros termos.

Evidentemente, como João nos conta, Jesus sabia que eles não entenderiam, assim como nós no século XXI ainda não conseguimos compreender inteiramente como possa haver três pessoas num só Deus.

As próprias palavras que Jesus usou nesta sua informação aos seus amigos são misteriosas para todos, difíceis de se entender e de transformá-las numa imagem nítida. Mas isto é devido à incapacidade da mente humana, apesar da maravilhosa inteligência concedida por Deus aos seres racionais, compreender verdades que existem além das realidades do nosso mundo, especialmente quando a realidade é o próprio Deus.

Por isso, somente resta receber como revelações divinas tais verdades incompreensíveis, para serem aceitas e cridas tal como foram ouvidas.

É essencialmente isto que Jesus disse ao assim falar: “Tenho ainda muitas coisas a dizer-vos, mas não sois capazes de as compreender agora. Quando, porém, vier o Espírito da Verdade, ele vos conduzirá à plena verdade”.

Ele disse isso há dois mil anos, tanto quanto poderia estar dizendo atualmente e em qualquer dia do futuro enquanto houver gente viva. Pois nunca seremos capazes de compreender esse mistério em sua plenitude, mas o Espírito da Verdade nos levará até a plena verdade, que é essa verdade misteriosa, a qual se chegará exclusivamente pela fé, e não pela razão e pelo entendimento racional.

É uma verdade absoluta, pois é a verdade de Deus, e não a dos homens, que costumeiramente dissentem entre si sobre se a verdade de algo é esta ou aquela, o que é logicamente impossível eis que a verdade de um conceito, uma afirmação ou um objeto (material ou imaterial) somente pode ser uma, dado que uma só coisa não pode ser duas coisas diferentes ao mesmo tempo. O que ocorre quando duas pessoas discutem são visões distintas da coisa sobre a qual discordam, cada pessoa pensando que a sua percepção seja a verdadeira, o que, se fosse assim, conduziria ao absurdo de uma única coisa ser diferente de si própria, podendo até acontecer de nenhuma dessas pessoas ter a noção correta e exata sobre aquela coisa, mas apenas visões distorcidas.

Deus não é assim, porque a verdade dele é absoluta, é única, é verdade verdadeira. Isto é assim porque Deus é perfeito e tudo sabe, inclusive porque é o criador de tudo o que existe, enquanto nós queremos compreender o que encontramos no mundo. O que se dá, então, é que muitas vezes podemos não enxergar a verdade, ou podemos enxergá-la, mas pressurosamente não queiramos aceitá-la.

Por isso, Jesus disse que não compreenderiam a verdade da Santíssima Trindade. Por isso afirmou que o Espírito Santo conduziria “à plena verdade”, que é a verdade absoluta de Deus, a ser aceita e crida, embora não explicada.

São Paulo, escrevendo aos coríntios, incita-nos a pensar sobre o mistério trinitário que: “Ninguém pode dizer: Jesus é o Senhor, a não ser no Espírito Santo. Há diversidade de dons, mas um mesmo é o Espírito. Há diversidade de ministérios, mas um mesmo é o Senhor. Há diferentes atividades, mas um mesmo Deus que realiza todas as coisas em todos” (1Cor 12,3b-6).

Por Dr Ricardo Mariz de Oliveira

Categories: Evangelho Semanal

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