A PROFECIA DE ISAÍAS E A PREGAÇÃO DE JOÃO BATISTA – MARCOS 1,1-8

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Início do Evangelho de Jesus Cristo, Filho de Deus. Está escrito no livro do profeta Isaías: “Eis que envio meu mensageiro à tua frente, para preparar o teu caminho. Esta é a voz daquele que grita no deserto: ‘Preparai o caminho do Senhor, endireitai suas estradas!’” Foi assim que João Batista apareceu no deserto, pregando um batismo de conversão para o perdão dos pecados. Toda a região da Judeia e todos os moradores de Jerusalém iam ao seu encontro. Confessavam os seus pecados e João os batizava no rio Jordão. João se vestia com uma pele de camelo e comia gafanhotos e mel do campo. E pregava, dizendo: “Depois de mim virá alguém mais forte do que eu. Eu nem sou digno de me abaixar para desamarrar suas sandálias. Eu vos batizei com água, mas ele vos batizará com o Espírito Santo”.


Cada evangelista começou seu Evangelho a seu modo, mas todos logo deram notícia do trabalho precursor de João Batista. Estamos iniciando o ano litúrgico de São Marcos, cujo Evangelho será o centro das nossas atenções em 2021, e que começa o seu texto usando a profecia de Isaias sobre o último dos profetas judeus, aquele que foi visitado por Jesus quando ambos estavam nos ventres das suas mães, as primas Isabel, casada com Zacarias, e Maria, casada com José.

Depois disso, só temos notícia do encontro dos dois aproximadamente trinta anos após, quando ambos já se dedicavam à pregação, João já há muito tempo, e Jesus apenas iniciando a sua. João vai findar seu trabalho missionário logo depois, ao ser decapitado por Herodes, e Jesus desenvolverá a sua evangelização por mais três anos, até ser crucificado por Pôncio Pilatos. 

Foram missões distintas, a de João voltada a preparar o povo para a chegada do Messias, que todos sabiam estava para acontecer, mas ninguém sabia precisar exatamente quando e na pessoa de quem. Assim, João veio para certificar que a hora já havia chegado e que toda a veneração que recebia daqueles que vinham de longe para ouvi-lo e serem batizados por ele nas águas do Rio Jordão deveria ser dirigida ao que agora chegava, enviado por Deus, alguém que João não se sentia digno de se abaixar na sua presença para desamarrar-lhe as sandálias.

O Batista estava iluminado por Deus, pois, além de cumprir sua missão com denodo e dar testemunho de Jesus, prenunciou os eventos que ocorreriam com Jesus, inclusive que este deixaria de batizar com a água para fazê-lo com o Espírito Santo, uma manifestação divina desconhecida do seu povo.

Realmente, quanto a isto, Jesus confirmou as palavras proféticas do seu primo, pois revelou a trindade divina da qual o Espírito Santo participa, informou aos seus discípulos que Ele iria recordar-lhes tudo o que haviam aprendido, e subiu aos céus deixando o seu Espírito nos corações dos seus seguidores, assim como todos nós o recebemos quando somos batizados pela Igreja a que o Messias deu início, em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo. 

Por isso, vinte séculos depois daqueles acontecimentos, João Batista é sempre lembrado no início de cada ano litúrgico, e devidamente venerado, apesar de estranhamente manter-se no deserto, longe dos centros humanos.

Por Dr. Ricardo Mariz de Oliveira

Categories: Evangelho Semanal

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