EIS O VERDADEIRO MESSIAS – MATEUS 11,25-30

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Jesus disse: “Eu te bendigo, Pai, Senhor do céu e da terra, por teres ocultado estas coisas aos sábios e entendidos e as teres revelado aos pequeninos. Sim, Pai, porque desta maneira é que se realizou o que dispuseste na tua benevolência. Todas as coisas me foram entregues por meu Pai. Ninguém conhece o Filho senão o Pai, nem alguém conhece o Pai senão o Filho e aquele a quem o Filho o quiser revelar. Vinde a mim, vós todos que estais oprimidos de trabalhos e sobrecarregados, e eu vos aliviarei. Tomai sobre vós o meu jugo e aprendei de mim, que sou manso e humilde de coração, e encontrareis repouso para vossas almas. Porque o meu jugo é suave, e o meu peso leve”.


Segundo as profecias, havia chegado o tempo da vinda do Messias, e toda Israel esperava ansiosamente por ele. Mas todos entendiam e esperavam que ele fosse um líder político e militar, salvador do povo judeu contra a dominação estrangeira.

Vários homens se apresentaram como sendo essa personagem, e mais dia menos dia caíram no descrédito popular. Contrariamente, Jesus, o verdadeiro Messias, não reunia qualquer das condições pessoais sonhadas pelo povo, pois se dizia “manso e humilde de coração”, além de ter deixado muito claro como se colocava no meio social e político ao adentrar Jerusalém montado num burrico (Jo 12,12-19), confirmando assim a profecia de Zacarias a seu respeito (Zc 9,9).

Mesmo os discípulos de João Batista foram indagá-lo diretamente se era ou não aquele a quem esperavam (Mt 11,2-11), e até os apóstolos não tinham a exata noção da missão do Messias, inclusive após Simão Pedro ter professado sua crença de que Jesus era o enviado de Deus (Mt 16,13-19).

Jesus, por seu turno, procurou ir incutindo aos poucos na mente de todos quem ele era, até chegar o tempo em que, mais diretamente do que nunca, declarou ser não somente o enviado de Deus, mas o próprio Filho unigênito do Senhor Pai, ele e o Pai um só (Jo 10,27-30; Jo 14,1-12).

Todavia, no dia sobre o qual lemos hoje, Jesus resolveu dissolver os erros em que incidiam os que pensavam no Messias como libertador da dominação romana. De fato, ele começou dizendo que o Pai escondera a verdade dos pretensiosos sábios e poderosos, mas não dos pequeninos, isto é, dos mais humildes de coração. E prosseguiu com palavras de incomparável beleza, mas igualmente de enorme profundidade, pelas quais revelou de que tipo de dominação ele veio libertar: ‘Vinde a mim, vós todos que estais oprimidos de trabalhos e sobrecarregados, e eu vos aliviarei. Tomai sobre vós o meu jugo e aprendei de mim, que sou manso e humilde de coração, e encontrareis repouso para vossas almas. Porque o meu jugo é suave, e o meu peso leve”.

Ou seja, o Messias não se dispunha a libertar a nação judaica da escravidão política e militar, mas livrá-la da opressão individual de cada um, causada pelas superstições e pelos mandos rituais que nada acrescentavam ao bem-estar de todos e nada contribuíam para a sua paz de espírito junto ao seu Criador.

Para isso, Jesus propôs que trocassem a opressão por outro jugo, o seu jugo. Porém, ensinando a caridade e a justiça de comportamento, Jesus assegurou o alívio da carga que aqueles oprimidos vinham carregando sobre eles. Por exemplo, ao invés de se angustiarem tendo que replicar as ofensas, poderiam ter a paz do perdão e do esquecimento. E tantas outras atitudes que ele ensinou!

Em troca da opressão, ele oferecia a proposta para que tomassem sobre eles um jugo mais leve, aprendido com ele, o ‘manso e humilde de coração”, por isso mesmo um jugo que dá repouso às almas. Os jugos sempre pesam sobre os ombros das pessoas subjugadas, mas, ao contrário, o de Jesus é tão leve que não se faz perceptível, pois é o bom jugo da prática do amor, o jugo de carregar Jesus espiritualmente, ele que é o mais completo e mais puro amor!

A história nos conta que a maioria do seu próprio povo e dos seus chefes religiosos ficou contra ele, mas a sua mensagem foi tão convidativa e tão veraz que aqueles que experimentaram o novo jugo se entusiasmaram e quiseram dividi-lo com todos os demais. Por isso, surpreenderam o mundo, saindo da Palestina para todos os cantos, chegando a invadir Roma pacificamente, armados apenas com a palavra do seu Messias, tão pacificamente, justos e mansos de coração quanto ele!

No século XXI ainda podemos experimentar e confirmar como o jugo do Nazareno bom, manso e humilde de coração alivia as cargas diárias e enche a alma da certeza de dias melhores, dando repouso a ela!

Por Dr. Ricardo Mariz de Oliveira

Categories: Evangelho Semanal

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