Discriminação Reversa

0

Vivemos a relativização dos valores ou, em muitas situações, a total inversão deles. Dizem alguns que a verdade é relativa, como por exemplo nesta frase “a mulher está meio grávida”, ou seja, não está gravida mas também está grávida! Dizem, ainda,  existir uma pós-verdade, destinada a modificar ou deixar de lado os fatos verdadeiros para criar uma ideia ou notícia que será divulgada ao máximo para se se tornar verdade.

Os direitos também estão sendo relativizados. Pessoas e grupos podem violar as leis, criminosos têm mais direitos que as vítimas.  Há os que defendem os criminosos e atacam os policiais, embora estes tenham o dever de proteger nossas vidas, nossas casas e nossas famílias, inclusive as dos criminosos que os atacam. As vítimas, mais de 60.000 mortes violentas por ano no Brasil, só entram em estatísticas. O direito à vida de todos, conforme previsto na Constituição, não é igual para todos. 

Querem desnaturar até os sexos dos humanos e animais, transformando um cachorro numa cachorra, um galo numa galinha, um homem numa mulher e vice-versa.  Dirão alguns: que absurdo, não estamos falando em animais, que não têm inteligência para mudar de sexo. Estamos dizendo que somente o ser humano inteligente pode mudar, mentalmene, de sexo. 

Depois dessa mudança mental de sexo as pessoas devem tomar hormônios e se submeter a cirurgias para mudar os formatos do corpo e do órgão genital. Perguntamos: se a mudança é mental, por qual motivo a utilização de hormônios e cirurgias?  Não seria possível a utilização de hormônios e cirurgias também nos animais? Se transformarmos um galo numa galinha, será que adquirirá a capacidade de botar ovos? Um homem transformado em mulher terá útero e capacidade de gerar bebês?  

O mérito e a condição humana,  natural e individual, estão deixando de existir. Estão sendo suplantados por supostas necessidades de grupos, que são considerados inferiores – o que em nosso entender também é discriminação – perante os demais. E esses grupos estão recebendo, através de decisões governamentais, judiciais e legislativas,  proteções e direitos maiores que os dos demais brasileiros,  

Em nosso entender, a vida é prática, vivida na prática, com todas as emoções: medo, tristeza, angústia, alegria, dor, esperança, desesperança e outras tantas emoções humanas. 

E, na convivência humana, a confusão de conceitos e direitos provoca situações diversas, dentro de um mesmo episódio. Presenciamos um acontecimento na praia:  um homem e uma mulher, brancos, com idades superiores a 70 anos, estavam dentro do mar e, na frente de todas as famílias ali presentes, com muitas crianças, começaram a se acariciar e a proporcionar cenas amorosas, consideradas ofensivas e inadequadas pelos demais. 

Por educação ou por respeito à lei, já que seus atos caracterizavam o cometimento do ato obsceno previsto no artigo 233 do Código Penal, os dois não deveriam estar dentro do mar, mas dentro de dependências privadas próprias. 

Um grande número de pessoas começou a reclamar e pedir aos dois que se retirassem da água. O casal idoso se retirou rapidamente do mar e desapareceu.  

Olhando para os lados, vimos pessoas brancas, negras, amarelas, crianças, jovens, adultos e idosos. Imediatamente, nos perguntamos:  Quem estava errado? O casal idoso ou as pessoas que reclamaram? A resposta é simples: claro que o casal idoso estava errado, pois até crime estava cometendo. 

Refletindo sobre o episódio, nos perguntamos: se fosse um casal negro, seria racismo das pessoas que reclamaram? E se fosse um casal homossexual, seria discriminação sexual, homofobia ou comportamento ofensivo das famílias que lá estavam? Imaginamos que esses casais iriam direto para a delegacia, se apresentariam como vítimas e voltariam com a polícia para prender os banhistas. Mas, nesses dois casos, quem estava ofendendo os direitos dos demais também não seriam eles?  

As soluções ideologizadas e simplistas não apresentam resultados positivos para a convivência social.  Para justificar quase todas essas desarmonias e confusões, inventaram o tal politicamente correto, que resultou na discriminação reversa, a tentativa de imposição da vontade da minoria sobre a da maioria ou de uma pessoa sobre todas as demais.   

Em nosso entendimento, a solução para um convívio harmonioso não é o respeito ilimitado ao livre arbítrio de cada pessoa.  O preceito constitucional (art.5º, caput, CF) reza que todos são iguais perante a lei. Mas o direito de cada um acaba onde começa o do outro e o direito individual não pode se sobrepor ao coletivo. 

 

Por João Carlos Biagini

Revisado em 03.12.2019

Publicação original em https://www.gospelprime.com.br/discriminacao-reversa/

Categories: Artigos

João Carlos Biagini

João Carlos Biagini

Faça um comentário

Social Share Buttons and Icons powered by Ultimatelysocial
%d blogueiros gostam disto: