RECEBEI O ESPÍRITO SANTO”DEUS CONOSCO E COM TODOS” – JOÃO 20,19-23

JOÃO 20,19-23

​“RECEBEI O ESPÍRITO SANTO” – DEUS CONOSCO E COM TODOS

Ao anoitecer daquele dia, o primeiro da semana, estando fechadas, por medo dos judeus, as portas do lugar onde os discípulos se encontravam, Jesus entrou; e, pondo-se no meio deles, disse: “A paz esteja convosco”. Depois destas palavras, mostrou-lhes as mãos e o lado. Então os discípulos se alegraram por verem o Senhor. Novamente, Jesus disse: “A paz esteja convosco. Assim como o Pai me enviou, também eu vos envio”. E, depois de ter dito isto, soprou sobre eles e disse: “Recebei o Espírito Santo. Aqueles a quem perdoardes os pecados, eles lhes serão perdoados; e aqueles a quem os não perdoardes, eles lhes serão retidos”.

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Pentecostes é a vinda do Espírito Santo, a Terceira Pessoa da Santíssima Trindade, que Jesus garantiu aos seus discípulos viria para lembrar a eles tudo que lhes ensinara (Jo 14,21). Também disse que, para poderem difundir os ensinamentos mundo afora, falariam várias línguas além do aramaico, a língua usada por Jesus e por eles (Mc 16,15-20).

No livro Atos dos Apóstolos, o evangelista Lucas narra a vinda do Espírito Santo sobre a mãe de Jesus e os discípulos reunidos em Jerusalém, realizando-se assim o que Jesus prometera: “Chegou o dia de Pentecostes e estavam todos reunidos no mesmo lugar. De repente veio do céu um barulho que parecia o de um furacão: invadiu toda a sua casa onde estavam reunidos. Então, lhes apareceram línguas como se fossem de fogo, que se dividiram e pousaram sobre cada um deles. Todos ficaram cheios do Espírito Santo e começaram a falar em outras línguas, conforme o Espírito os impelia a que se exprimissem” (At 2,1-4).

Mas antes disso, no dia em que ressuscitou, Jesus antecipou a presença do Espírito de Deus nos seus apóstolos, pois, reunidos lá no cenáculo, soprou sobre eles para que recebessem o sopro da santidade e da sabedoria de que necessitariam para prosseguir na evangelização do mundo.

Nesse momento Jesus lhes confirmou o enorme poder de perdoar pecados, cujo poder pertence somente a Deus, mas que seus sacerdotes podem praticarpor mandato recebido diretamente de Jesus. É a gênese do sacramento da confissão, que até hoje, e por todo o sempre, beneficia os que seguem Jesus, pecadores em virtude das fraquezas humanas, mas não perdidos porque podem ser redimidos em virtude da infinita misericórdia divina, que sempre se manifesta para os fiéis penitentes.

Esses fiéis já recebem o Espírito Santo ao serem batizados, momento em que têm seu Pentecostes pessoal, com os mesmos efeitos do sopro de Jesus sobre seus apóstolos.

Com a presença do Espírito de Deus em nós, temos aberta a porta para aprendermos tudo o que Jesus ensinou ao mundo, e que se manifesta nos seus sete dons: fortaleza, sabedoria, ciência, conselho, entendimento, piedade, temor de Deus, temor que não significa medo, mas respeito e submissão à divindade do Criador, isto é, adoração somente cabível ao único Deus.

É bom notar que os sete dons do Espírito Santo representam tudo o que Jesus foi na sua vida terrena como homem, pois ele foi forte para enfrentar as adversidades da perseguição que sofreu dos líderes judeus desde os primeiros tempos, e até sua paixão e morte, ele foi sábio para emitir seus ensinamentos por modos compreensíveis à inteligência humana, foi ciente da realidade do mundo para que a palavra de Deus pudesse ser aceita e praticada sem exageros ou limitações da natureza humana, foi mestre conselheiro de todos os que quiseram se acercar dele para ouvi-lo, foi capaz de entender as fraquezas humanas e piedoso para lhes dar perdão e conforto, além de ter-se declarado sempre Filho de Deus, a quem orava constantemente tributando-lhe a devida adoração que qualquer homem deve repetir.

Enfim, esta é toda a extensão do ensinamento do Cristo, que não se resumiu a palavras, pois concretizava-o com suas atitudes, e é tudo que o Espírito Santo incute em nós. Dons são virtudes que recebemos de Deus, e os sete dons do Espírito Santo são os que precisamos para conhecer Jesus e imitá-lo!

Por Dr. Ricardo Mariz de Oliveira