A PARÁBOLA SOBRE A VIGILÂNCIA – MARCOS 13,33-37  

MARCOS 13,33-37

A PARÁBOLA SOBRE A VIGILÂNCIA

Jesus continuou instruindo seus discípulos, dizendo-lhes: “Prestai atenção! Vigiai! Porque não sabeis quando chegará o momento. Este momento será como um homem que foi viajar, deixou sua casa aos cuidados dos seus empregados, indicou o trabalho a cada um e ordenou ao porteiro que ficasse vigiando. Ficai vigiando, porque não sabeis quando o dono da casa voltará: se à tarde, à meia-noite, ao canto do galo ou de manhã. Para que não suceda que, vindo de repente, ele vos encontre dormindo. O que digo a vós, digo a todos: Vigiai!”

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O primeiro domingo do tempo do Advento marca a passagem do ano de Mateus para o de Marcos, ou seja, quando as leituras do Evangelho dominical seguem São Marcos.

Nesta transposição, há uma lógica marcante entre o término de um ano, com a narrativa do juízo final (Mt 25,31-46), e o início do novo, com a advertência de Jesus sobre a necessidade da vigilância.

Lendo sobre o juízo final, vimos como é simples a salvação, exatamente porque Deus ama suas criaturas e quer que todas vivam bem, o que somente é possível através do amor entre as pessoas. Vimos, portanto, que Deus não nos colocou numa armadilha neste mundo, para escorregarmos e merecermos a condenação. Mais ainda, sabemos que Deus ama tanto o mundo que mandou seu Filho para ensinar o caminho simples da salvação.

Portanto, é logicamente compreensível que a liturgia imediatamente nos recorde uma das muitas vezes em que Jesus pregou a necessidade da vigilância, como ele fez com esta parábola em que compara, na parábola, os empregados que ficam na casa do patrão ausente e devem ser comportar bem porque não sabem a hora em que o patrão voltará, com, na vida real, a situação dos homens e mulheres que ficam neste mundo à espera da hora em que Deus os chamará para a eternidade.

As inúmeras advertências de Jesus sobre a vigilância, não somente nesta parábola como em outras, são manifestações do amor de Deus por sua gente, pois Ele conhece as fraquezas humanas, que podem desviar do bom caminho mesmo quem queira ir para o céu.

Deus criou os homens com muitas qualidades e lhes deu liberdade para se conduzirem na vida, e é essa liberdade que pode ser indevidamente empregada, seja nas vezes em que é regada por algum sentimento de revolta ou de vingança, seja quando o mero descaso ou a mera preguiça faça com que alguém deixe de praticar o bem.

Somente a preocupação de um Deus amoroso explica o seu cuidado de ficar lembrando a todos que a vida humana não é eterna, e que ninguém sabe quando a sua própria vida chegará ao fim, razão pela qual Ele adverte, como fez de viva voz através de Jesus, e como nos faz constantemente através da consciência e da leitura do Evangelho, para que não deixemos os dias passar em branco, sem a prática do amor ao próximo, que é a única maneira de manifestar amor a esse mesmo Deus, que tanto ama.

É como Marcos escreveu no início desta passagem: “Jesus continuou instruindo seus discípulos, dizendo-lhes: ‘Prestai atenção! Vigiai! Porque não sabeis quando chegará o momento’”.

É importante notar que o conto de Jesus foi uma instrução ao seu pessoal! Foi para isto que Deus veio ao mundo na pessoa de Jesus!

Por Dr Ricardo Mariz de Oliveira