“RECEBEI O ESPÍRITO SANTO” – DEUS CONOSCO E COM TODOS” JOÃO 20,19-23

“RECEBEI O ESPÍRITO SANTO” – DEUS CONOSCO E COM TODOS

Ao anoitecer daquele dia, o primeiro da semana, estando fechadas, por medo dos judeus, as portas do lugar onde os discípulos se encontravam, Jesus entrou; e, pondo-se no meio deles, disse: “A paz esteja convosco”. Depois destas palavras, mostrou-lhes as mãos e o lado. Então os discípulos se alegraram por verem o Senhor. Novamente, Jesus disse: “A paz esteja convosco. Assim como o Pai me enviou, também eu vos envio”. E, depois de ter dito isto, soprou sobre eles e disse: “Recebei o Espírito Santo. Aqueles a quem perdoardes os pecados, eles lhes serão perdoados; e aqueles a quem os não perdoardes, eles lhes serão retidos”.

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No domingo passado, na comemoração da ascensão de Jesus ao céu, lemos a promessa de Jesus, de que mandaria seu Espírito Santo para ficar com sua gente (Mt 28,18-20), e hoje, em Pentecostes, celebramos a vinda da Terceira Pessoa da Santíssima Trindade, cumprindo-se assim o que Jesus prometera.

O segundo livro de Lucas, o Atos dos Apóstolos, assim narra o que ocorreu: “Chegou o dia de Pentecostes e estavam todos reunidos no mesmo lugar. De repente veio do céu um barulho que parecia o de um furacão: invadiu toda a sua casa onde estavam reunidos. Então, lhes apareceram línguas como se fossem de fogo, que se dividiram e pousaram sobre cada um deles. Todos ficaram cheios do Espírito Santo e começaram a falar em outras línguas, conforme o Espírito os impelia a que se exprimissem” (At. 2,1-4).

Todavia, antes disso, em particular com seus apóstolos, no próprio dia em que ressuscitou, Jesus já lhes entregou seu Espírito, pois “soprou sobre eles e disse: ‘Recebei o Espírito Santo. Aqueles a quem perdoardes os pecados, eles lhes serão perdoados; e aqueles a quem os não perdoardes, eles lhes serão retidos’”.

Com esse gesto, Jesus deu aos seus mais diretos discípulos um alento para superarem o desânimo e o medo que vinham sentindo em virtude da terrível sexta-feira anterior, na qual seu amado Mestre fora massacrado.

Agindo assim, Jesus também os animou a terem força para o cumprimento da missão da qual estavam incumbidos dali em diante sem a presença do seu Mestre, pois desde então tinham consigo o Espírito divino, que lhes orientaria inclusive no nobre, mas difícil, dever de perdoar os pecados dos penitentes, sabendo diferenciá-los dos não penitentes.

Cada um de nós também recebe o Espírito Santo ao ser batizado. É claro que, no momento do batismo, não temos consciência do que estamos recebendo de Deus, mas os apóstolos, que provavelmente não tiveram uma percepção sensorial da entrada do Espírito neles, conscientemente souberam desse dom pelas palavras e pelo sopro que receberam de Jesus. Afinal, Jesus lhes soprou o ar de Deus!

Também não temos qualquer percepção, por nossos sentidos, da existência do Espírito Santo dentro de nós, mas ele está lá sempre, dando-nos constantemente os seus sete dons – fortaleza, sabedoria, ciência, conselho, entendimento, piedade, temor de Deus –, os quais são utilizados de acordo com nossa liberdade de escolha, mas que iluminam não somente o uso diário dessa liberdade, como também todas as atitudes dos que gostam de se comportar como Jesus se comportou e como solicitou que nos comportassemos.

Por Dr. Ricardo Mariz de Oliveira