O MILAGRE DA EUCARISTIA – LUCAS 22, 14-23

0

 

O MILAGRE DA EUCARISTIA

Chegando a hora, Jesus foi para a mesa com os apóstolos e lhes disse: “Desejei ardentemente comer esta Páscoa convosco antes de sofrer, porque eu não vou mais comer dela, até que se realize plenamente no Reino de Deus”. Tomou então um cálice, deu graças e disse: “Tomai-o e passai entre vós. Porque eu vos digo: de agora em diante não beberei mais do fruto da vinha até que chegue o Reino de Deus”. Depois, tomou o pão e deu graças. Então o partiu e deu-lhes, dizendo: “Isto é o meu corpo, que é dado por vós. Fazei isto em memória de mim”. No fim da ceia, fez o mesmo com o cálice dizendo: “Este cálice é a nova Aliança do meu sangue, que é derramado por vós. Entretanto, a mão de quem me trai está na mesa comigo. O Filho do homem caminha para o seu fim, conforme está estabelecido, mas ai daquele por quem ele for entregue!” E eles começaram a perguntar entre si qual deles iria fazer aquilo.

xxxxxxxxxxx

Entre as dezenas de milagres que o Evangelho nos conta, há somente um que detém uma particularidade inexistente nos demais. Na véspera da sua Paixão, na própria noite em que ia ser preso, Jesus praticou esse milagre da instituição da eucaristia!

Sua morte na cruz, seguida da sua ressurreição, foi o ápice da sua pregação, pois na realidade divina redimiu os pecados de toda a humanidade, e na realidade humana foi a demonstração mais visível de amor ao próximo, pois ele poderia ter evitado todo aquele sofrimento físico e moral, mas quis entregar-se por amor de todos, inclusive dos que o atacavam. A este respeito, em sua Suma Teológica, Santo Tomás de Aquino escreveu que Jesus não precisava ter morrido na cruz, mas pela cruz nos deu a prova maior do seu amor e da sua misericórdia.

Deus bem sabia que os homens continuariam a pecar, deixando suas fraquezas dominarem suas ações, mas não podia permitir que tamanho ato de amor do seu Filho se perdesse no tempo. Daí a instituição da eucaristia, que não é a repetição incessante do martírio de Jesus, mas a perpetuação do seu único sacrifício e dos seus efeitos junto às gerações futuras que o seguem.

Por isso ele disse naquela noite, após abençoar o pão e o vinho, e declarar que eram o seu corpo e o seu sangue: “Fazei isto em memória de mim”. É a memória do fato único do Calvário, mantido a cada consagração eucarística, como naquele dia Jesus se sagrou ao Pai para o perdão de todos.

É um fato milagroso, porque contraria as leis da natureza toda vez que o pão continua pão, mas assume a substância do corpo de Cristo, e o vinho ainda é vinho, mas passa a ter a substância do sangue de Cristo! Milagre, porque não podemos explicar, mas cremos na revelação de Jesus.

E a particularidade do milagre reside na sua continuidade através de cada sacerdote. De fato, os demais milagres ocorreram e produziram seus efeitos nos exatos momentos em que Jesus os praticou, mas a eucaristia é a continuação da sua ação salvífica, a qual, além de ter sido delegada aos seus sacerdotes, reproduz o mesmo perdão e a mesma salvação que derivaram da cruz.

Milagre, porque o sacerdote não teria poder para tanto, não lhe tivesse sido dado por Jesus. Milagre, porque não se trata de um mero gesto simbólico e de culto, mas de efetiva transubstanciação das espécies físicas do pão e do vinho no corpo e no sangue justos e santos de Jesus Cristo. E milagre assegurado por ele, que não disse, “isto representa o meu corpo, isto representa o meu sangue”, mas “isto é o meu corpo, este é o cálice do meu sangue”!

Por Dr Ricardo Mariz de Oliveira

Categories: Evangelho Semanal

admin

Faça um comentário

Social Share Buttons and Icons powered by Ultimatelysocial
%d blogueiros gostam disto: