DÚVIDAS SOBRE JESUS, ENTRE A GENTE DA SUA PRÓPRIA TERRA! – MARCOS 6,1-6

0

DÚVIDAS SOBRE JESUS, ENTRE A GENTE DA SUA PRÓPRIA TERRA!

Jesus foi a Nazaré, sua terra, e seus discípulos o acompanharam. Quando chegou o sábado, começou a ensinar na sinagoga. Muitos que o escutavam ficavam admirados e diziam: “De onde recebeu ele tudo isto? Como conseguiu tanta sabedoria? E esses grandes milagres que são realizados por suas mãos? Este homem não é o carpinteiro, filho de Maria e irmão de Tiago, de Joset, de Judas e de Simão? Suas irmãs não moram aqui conosco?”. E ficaram escandalizados por causa dele. Jesus lhes dizia: “Um profeta só não é estimado em sua pátria, entre seus parentes e familiares”. E ali não pôde fazer milagre algum. Apenas curou alguns doentes, impondo-lhes as mãos. E admirou-se com a falta de fé deles. Jesus percorria os povoados das redondezas, ensinando.

 

xxxxxxxxxxxxxxx

 

Lá em Nazaré, pequeno vilarejo em que Jesus foi criado, duvidaram dele porque o conheciam e se surpreendiam quando agora, segundo diziam, ele fazia milagres que não haviam ocorrido durante sua infância e juventude passadas entre eles. Lembraram também que ele não passava do filho de um carpinteiro e de uma mulher caseira, e concluíram que não seria possível que ele agora lhes falasse com sabedoria e que fizesse os milagres sobre os quais haviam ouvido.

 

Mas esta foi a razão para a própria vinda de Deus a este mundo, na pessoa humana do filho do carpinteiro. Realmente, durante séculos o povo judeu recebeu mensagens divinas através dos seus profetas. No Sinai, Deus lhes deu os seus dez mandamentos através de Moisés, e, com eles, já poderia ter encerrado sua comunicação com a raça humana, já que aqueles mandamentos eram tudo o que Ele espera que os homens façam.

 

Mas não adiantou, pois mataram profetas, ignoraram suas mensagens e transformaram as dez regrinhas de conduta em mais de seiscentas determinações, afastando-se completamente da essência do desejo de Deus.

 

Chegou então o tempo para uma intervenção direta, através da presença do próprio Deus entre os homens, para assim melhor explicar seus mandamentos, dissipar dúvidas de interpretações, afastar o supérfluo e resumir o essencial. Ora, para isso, nada melhor do que fazendo-se um homem, que todos poderiam ver, ouvir, indagar, tocar e, principalmente, receber o exemplo da sua conduta absolutamente em conformidade com a vontade divina.

 

Esse homem, de fato, mostrou que, ao invés de multiplicar as dez regras, elas poderiam ser resumidas em apenas o amor a Deus e o amor ao próximo, já que as condutas previstas nos demais oito mandamentos são consequências destes dois. E tais mandamentos não eram produtos de uma vontade egoísta ou prepotente do Criador, mas decorrências do seu amor por sua criação, já que resultam na melhor convivência entre os homens e mulheres neste mesmo mundo em que vivem antes de irem para a eternidade.

 

Assim, o Evangelho do Filho de Deus é a orientação de vida absolutamente perfeita, não só pelo que ensina em palavras, mas pelo que registra através do exemplo

daquele homem de Nazaré, cujo exemplo começou ali mesmo, na humildade da sua família naquele lugarejo perdido nas montanhas da Galileia, e não na suntuosidade dos palácios dos reis deste mundo.

 

Mas não se pense que a incompreensão dos seus conterrâneos tenha sido algo passível de crítica e de estranheza, porque pode ter sido a primeira de uma sucessão interminável de dúvidas e oposições que continuam até hoje, dúvidas por falta de fé no filho do carpinteiro, e oposições em defesa de interesses ofendidos por sua maneira de ser e por sua convocação para o imitarem. É porque ele pregou mansidão e desapego pelos bens materiais e nenhum domínio de homens sobre homens, porque quer que todos sejam irmãos e não competidores, e foi assim que agiu e que tratou a todos os que se acercaram dele. E muitos desejam o contrário.

 

Ele, que tinha poderes ilimitados, poderia ter agido diferentemente, tal como descer da cruz e se instalar no poder civil e militar das nações, mas, se tivesse agido assim, seria apenas mais um homem vitorioso sobre outros homens, quando, ao contrário, ele queria servir e não ser servido, queria que todos fizessem o mesmo, e que o fizessem por crer que ele realmente era o Filho de Deus, o Deus que somente quer o bem para suas criaturas.

Por Dr. Ricardo Mariz de Oliveira 

Categories: Evangelho Semanal

admin

Faça um comentário

Social Share Buttons and Icons powered by Ultimatelysocial
%d blogueiros gostam disto: