PARÁBOLAS DO REINO DE DEUS – MARCOS 4,26-34
MARCOS 4,26-34
PARÁBOLAS DO REINO DE DEUS
Jesus continuou falando com seus discípulos. E dizia: “O Reino de Deus é como quando alguém espalha a semente na terra: quer ele durma, quer esteja acordado, de noite e de dia, a semente vai germinando e crescendo, sem que ele saiba como isso acontece. A terra, por si mesma produz o fruto: primeiro aparecem as folhas, depois vem a espiga e, por fim, a espiga carregada de trigo. Quando as espigas estão maduras, o homem mete logo a foice, porque o tempo da colheita chegou”. E dizia mais: “Com que mais podemos comparar o Reino de Deus? Com que parábola vamos representá-lo? O Reino de Deus é como um grão de mostarda que, ao ser semeado na terra, é a menor de todas as sementes da terra. Mas, depois de semeado, cresce e se torna maior do que todas as hortaliças, e estende ramos tão grandes que os pássaros do céu podem abrigar-se à sua sombra”. Jesus anunciava a palavra usando muitas parábolas como estas, conforme eles podiam compreender. E só lhes falava por meio de parábolas, mas, quando estava sozinho com os discípulos, explicava-lhes tudo.
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Em todo o seu tempo de vida na terra, Jesus se recusou a ser rei de um reino terrestre, como os judeus pensavam e queriam que o Messias deveria ser. Ao contrário, proclamou o Reino de Deus, dizendo ser um reino espiritual e não temporal, um reino sem existência no espaço para assim alcançar todos os povos, independentemente de nacionalidade, etnia, cor ou qualquer diferença, enfim, um reino para todos os homens e mulheres.
Por isso, sempre explicou que seu reino estava próximo de todos e ao alcance de todos: “O Reino de Deus está próximo de vós” (veja-se Lucas 10,1-11).
Estar o reino próximo de cada um explica-se por ser esse reino espiritual, sem fronteiras terrestres, porque seus participantes são todos aqueles que escutam a palavra de Deus, acreditam nela e a põem em prática. A proximidade, portanto, não é física, mas íntima, no coração de cada um.
Por que é assim? Porque o Reino de Deus é o reino onde impera a lei do amor, e os que se amam vivem em paz e convivem com a amizade de Deus, que somente deseja isto das suas criaturas humanas. Pela mesma razão, Deus conferiu aos humanos a liberdade de escolha, o chamado “livre arbítrio”, que não é a autorização para fazer o que se quiser fazer, mas a liberdade para querer amar a Deus e ao próximo e, assim para entrar no seu reino.
Jesus confirmou que há um Reino de Deus para onde, após a morte, vão os que tiverem feito a opção por ele, mas também disse que esse reino já está aqui, porque está no meio dos que amam e, portanto, já antegozam a felicidade que o amor produz antes mesmo de chegarem ao céu. E se o reino não tem fronteiras no mundo, sua existência pode ser notada pelos atos dos que são praticados nesse mesmo mundo.
Por tudo isso, para demonstrar como seu reino se instaura do espírito das pessoas, e cresce porque cada vez há mais adeptos da regra do amor, Jesus contou as duas parábolas que lemos acima.
Ele contou outras parábolas com as quais tornava aquela realidade de um reino, abstrato por ser invisível, compreendido através de comparações com coisas concretas da vida cotidiana. De fato, vendo o que ocorre com o grão de trigo e com a semente da mostarda, o povo conseguia enxergar o que os olhos não viam, e todos podiam aderir ao Reino de Deus por acreditarem em Jesus Cristo. E todos nós entendemos a mesma mensagem!
O que aquela geração, feliz por ver e ouvir Jesus em pessoa, não podia saber, é que a semente da palavra divina, plantada na terra por Jesus, iria frutificar ininterruptamente e espalhar frutos pelo mundo todo, como ocorre em nossos dias, nos quais o Evangelho já é pregado e conhecido em todo e qualquer lugar, mesmo que muita gente ainda não tenha aderido a ele pelas mais diversas razões, inclusive pela liberdade de escolha, razões que, entretanto, somente Deus pode julgar nas suas infinitas sabedoria e misericórdia.
Por Dr Ricardo Mariz de Oliveira
Categories: Evangelho Semanal