CONHECER E ENTENDER O REINO DE DEUS ATRAVÉS DAS PARÁBOLAS DA SEMENTE DO TRIGO E DO GRÃO DE MOSTARDA – MARCOS 4,26-34

0

Jesus continuou falando com seus discípulos. E dizia: “O Reino de Deus é como quando alguém espalha a semente na terra: quer ele durma, quer esteja acordado, de noite e de dia, a semente vai germinando e crescendo, sem que ele saiba como isso acontece. A terra, por si mesma produz o fruto: primeiro aparecem as folhas, depois vem a espiga e, por fim, a espiga carregada de trigo. Quando as espigas estão maduras, o homem mete logo a foice, porque o tempo da colheita chegou”. E dizia mais: “Com que mais podemos comparar o Reino de Deus? Com que parábola vamos representá-lo? O Reino de Deus é como um grão de mostarda que, ao ser semeado na terra, é a menor de todas as sementes da terra. Mas, depois de semeado, cresce e se torna maior do que todas as hortaliças, e estende ramos tão grandes que os pássaros do céu podem abrigar-se à sua sombra”. Jesus anunciava a palavra usando muitas parábolas como estas, conforme eles podiam compreender. E só lhes falava por meio de parábolas, mas, quando estava sozinho com os discípulos, explicava-lhes tudo.


O Reino de Deus, isto é, o reino do bem em que o mal não consegue entrar e para o qual é destinada a família de Jesus, a família formada pelos justos que fazem a vontade de Deus (Mc 30,20-35), precisava ser explicado através de coisas mais específicas e concretas, pois sua noção abstrata poderia não ser inteiramente compreendida pelos discípulos e seguidores do Mestre de Nazaré.

Por isso, Jesus contou diversas parábolas sobre seu reino, inclusive as duas acima. Ele sempre falava em público, mas em particular com seus discípulos dava mais explicações, para que nada se perdesse. Foi assim que se formou o pleno conhecimento e a perfeita compreensão dos ensinamentos de Jesus, passados adiante aos poucos, através da tradição oral da comunidade cristão primitiva, e depois colocados por escrito nos quatro Evangelhos e nos outros documentos do Novo Testamento.

Antes de Jesus começar a pregar, João Batista batizava e pregava no deserto. Sua pregação era de conversão e de perdão dos pecados, mas prometia o perdão apenas no futuro, quando do julgamento de todos por Deus.

Mas no presente Jesus já trazia o perdão e não a condenação, mesmo dos que eram considerados pecadores públicos, como as prostitutas e os cobradores de impostos. Ao ir ao encontro destes e se misturar com eles, inclusive fazendo refeições com eles, Jesus já lhes dava o perdão e a esperança, assim como fez tantas vezes ao tratar com pessoas supostamente pecadoras. Era o Reino de Deus começando a existir já neste mundo para todos, mesmo os pecadores perdoados!

De fato, com suas atitudes, Jesus ia introduzindo neste próprio mundo o seu reino de amor ao próximo, de paz espiritual e de alegria nascidas do bem. Quando ele enviou setenta e dois discípulos para pregarem seu Evangelho, mandou que dissessem ao povo: “O Reino de Deus está próximo de vós” (vide Lucas 10,1-11).

Realmente, está próximo e basta querer entrar nele!

Então, é como a semente lançada ao solo, que germina e frutifica aos poucos, de modo irresistível se o solo for bom. A semente se transforma assim sem que o agricultor saiba como isso acontece, do mesmo modo como não sabemos como o Reino de Deus se espalha pelo mundo. E quando a semente produz uma árvore frondosa, os pássaros vêm repousar em seus galhos.

Assim, Jesus trouxe seu reino para este mundo, abriu-lhe as portas para que se vá entrando nele aos poucos: ouvindo sua palavra, meditando sobre ela, praticando-a para que germine e produza frutos e até uma grande árvore, na qual se transformou sua comunidade inicial, e sob a qual os novos integrantes desse reino encontram o refrigério da sombra aprazível.

Por Dr. Ricardo Mariz de Oliveira

Categories: Evangelho Semanal

admin

Faça um comentário

Social Share Buttons and Icons powered by Ultimatelysocial
%d blogueiros gostam disto: