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Entrega do Prêmio Santo Ivo - 5ª Edição

Ricardo Dip é o novo presidente da União Internacional de Juristas Católicos.

 

A União Internacional de Juristas Católicos, associação privada de direito pontifício, com sede em Roma, elegeu na quarta-feira, 9, na Cidade do México (México), por unanimidade de votos, seu novo presidente para o quadriênio 2019-2022, o Desembargador Ricardo Henry Marques Dip, do Tribunal de Justiça de São Paulo.


O VI Congresso Mundial de Juristas Católicos foi realizado na Universidade Anáhuac, na capital mexicana. O tema “Transhumanismo ou Pós Humanidade?” foi o centro das reflexões. O Congresso contou com a participação de renomados conferencistas vindos de diversos países da América e da Europa.

Ele é Bacharel em Direito pela Faculdade de Direito da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (1973), Bacharel em Jornalismo pela Faculdade de Jornalismo “Cásper Líbero”, de São Paulo (1972), Mestre em Função Social do Direito, pela Faculdade Autônoma de Direito (Fadisp –São Paulo – 2009).


Lecionou, entre outras instituições de Ensino Superior, na Faculdade de Direito da Universidade Católica de São Paulo, na Faculdade de Jornalismo “Cásper Líbero”, na Faculdade de Direito de São Bernardo do Campo e na pós-graduação da Faculdade de Direito da Pontifícia Universidade Católica de Buenos Aires (1998-2006).


BIOGRAFIA


Desembargador do Tribunal de Justiça de São Paulo desde janeiro de 2005, Ricardo Henry Marques Dip, 67, nasceu na Capital Paulista. Ele é Bacharel em Direito pela Faculdade de Direito da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (1973), Bacharel em Jornalismo pela Faculdade de Jornalismo Cásper Líbero, de São Paulo (1972), Mestre em Função Social do Direito, pela Faculdade Autônoma de Direito (Fadisp –São Paulo – 2009). Ele ingressou na magistratura paulista em 1979.


“O Desembargador foi presidente da Turma Especial de Direito Público do Tribunal de Justiça paulista e secretáriogeral da Escola Paulista da Magistratura. Supervisor da Biblioteca da Corte e Coordenador da “Agenda dos 150 Anos”, foi convocado a colaborar na Corregedoria do Conselho Nacional de Justiça. Presidiu, ainda, a Comissão do 185º Concurso de Ingresso na Magistratura do Estado de São Paulo.


Também lecionou em instituições de Ensino Superior, como a Faculdade de Direito da Universidade Católica de São Paulo, a Faculdade de Jornalismo Cásper Líbero, a Faculdade de Direito de São Bernardo do Campo e na pós-graduação da Faculdade de Direito da Pontifícia Universidade Católica de Buenos Aires (1998-2006).


UNIÃO DE JURISTAS CATÓLICOS


A União Internacional de Juristas Católicos, criada em Paris em dezembro de 1986, procura promover a unidade de ação espiritual e de suas associações. A União foi convertida em uma associação privada internacional de fiéis de direito pontifício e tem sua sede social em Roma.


Pouco tempo após sua criação, a União Internacional de Juristas Católicos passou a realizar congressos mundiais. O primeiro aconteceu em Roma, em 1991. Na ocasião, a temática central do encontro foi “Direito natural e direitos do homem na aurora do século XXI”.


Após este primeiro congresso, houve dois mais: um em Lugano, na Suíça, e outro em Roma, na Itália.


(Com informações do Tribunal de Justiça de São Paulo e da União Internacional de Juristas Católicos)



DISCURSO DE AGRADECIMENTO PELA RECEPÇÃO DO PRÊMIO “SANTO IVO”, CONCEDIDO PELA UJUCASP - UNIÃO DOS JURISTAS CATÓLICOS DE SÃO PAULO - AO DES. RICARDO DIP, PRESIDENTE DA UNIÃO INTERNACIONAL DE JURISTAS CATÓLICOS.


(Exórdio, na fórmula costumeira dos bons modais, com as saudações reverenciosas às autoridades presentes).


Tenho muito a agradecer aos nobres integrantes da União dos Juristas Católicos de São Paulo a escolha de meu desvalido nome para a recepção deste Prêmio “Santo Ivo”, embora, com justíssimas razões, bem se adivinhe ser essa escolha apenas o exercício de uma excedente generosidade dos que me concedem este júbilo.


Difíceis são estes tempos em que vivemos.


Tempos difíceis sempre os houve ao largo da história da sociedade humana: as misérias dos “filhos do mundo” estavam já nos primórdios de nossa trajetória desertando das verdades e do culto do único e verdadeiro Deus. Da arca de Noé, figura da Igreja, fora da qual não há salvação, não resultaram somente o povo da promessa e o da sabedoria, os filhos de Sem e de Jafet, mas também emergiram as gentes idolátricas, apartadas da fé do Deus de Abraão, de Jacó e de Isaac, do Deus de José e de Moisés, povos da idolatria arruinados na corrupção dos costumes, gentes das quais disse S.Paulo, na Epístola aos Romanos, que trocaram “a verdade de Deus pela mentira “veritatem Dei in mendacium”, e adoraram e deram culto à criatura antes que ao Criador “creaturæ potius quam Creatori…”.


Pois é, tempos difíceis sempre os houve ao largo da história da sociedade humana: nessa história vimos também as misérias da cidade do homem guerrearem os militantes da civitas Dei, e se aquelas, as misérias, repletam as linhas talentosas do gênio de S.Agostinho, não faltaram também as linhas que reportaram, contra tantos erros e males, valentes se alçarem os santos de Deus. E, se aquelas misérias pareceram ceder passo à esplendidez da Baixa medieval, aparentaram dobrar-se àquele culminante século XIII em que a Providência, por sua Misericórdia, concedeu-nos a graça e permitiu-nos o consolo de uma centúria de ouro de que foi emblema a sabedoria de S.Tomás, deu-se isto só para que logo, no penduleio polêmico que desde o pecado adâmico se põe no enfrentamento entre a verdade e o falso, entre o bem e o mal, víssemos suceder depois a tragédia da Idade moderna com a corrupção contra a qual avessaram com firmeza intrépida e dela vitoriaram grandes combatentes e exemplos da Cristandade, quais o foram, entre outros, S.Ignacio de Loyola, S.Francisco Javier e S.Pedro Canisio.


Mas, se tempos difíceis sempre os houve, agora vivemos o nosso próprio tempo de dificuldades. E tal o disse Paulo VI, no tantas vezes lembrado discurso de 7 de dezembro de 1968, discurso dirigido aos membros do Pontifício Seminário Lombardo, hoje “le prove sono difficili e talvolta dure”, porque enfrentamos a autodemolição da Igreja militante, processo insidioso no qual desponta arrogante, em palavras da Pascendi de S.Pio X, a síntese de todas as heresias “omnium hæreseon conlectum”.


Nossos tempos são difíceis. Eis-nos frente à concertada desvalorização da vida, à estimulada perda do senso de hierarquia dos bens, à orquestrada desconstrução da família, ao propositado menosprezo dos fins, à dramática rendição às rebeldias de turno, como o são as ideologias, e tudo isto, em resumo, tudo isto provém de adversarem-se as verdades e os preceitos de Deus, daquele Deus de Abraão, de Jacó e de Isaac, do Deus Uno e Trino, num escambo com a idolatria do homem idolatria de que, nestes dias, é tamanhamente sintomático o culto dos direitos humanos, dando-se agora que convivamos com a rotineira indiferença da própria natureza dos homens, entregue ela ao imaginário de caprichosas fantasias, das quais já podemos avistar nuvens que tenebrizam nossos horizontes, não só com o igualitarismo das espécies que a proclamação insurgente dos direitos dos animais brutos é sinal expressivo, senão que, mais além, com a distopia do transhumanismo e até mesmo do pós-humanismo: é, portanto, o homem, o mesmo homem que se pôs idolatricamente por criador das verdades e ao centro dos cultos, quem corre o iminente perigo de, assim exalçado, extinguir-se.


Sendo ainda estes difíceis tempos o de uma correntia abdicação da autoridade, que vai tolerando, quando não mesmo ensinando e impondo contra as verdades e os preceitos de Deus, é nosso indeclinável dever de leigos católicos o de, pese embora a tragédia que nos assedia, militar, confiantes, pela instauração das leis do Evangelho na sociedade política “instaurare omnia in Christo”, pois uma coisa é, por algum tempo, tolerar a laicidade estatal, outra, muito diversa e de que nos devemos envergonhar, é admitir, pusilânimes, que o estado não professe a única e verdadeira fé, a fé autenticamente cristã, a fé em Cristo, que é o único caminho, a verdade e a vida, a fé católica, apostólica e romana.


Nós, leigos católicos, nesta nossa Terra que nasceu Santa Cruz, não podemos desertar das trincheiras da guerra espiritual e cultural destes tempos, qual não tivéssemos o dever de lutar por Deus e pela Pátria, qual julgássemos que o estado contemporâneo se imuniza de padecer das mesmas pragas que certa vez acometeram o Egito daquele arrogante Faraó, inimizado do Deus verdadeiro, recaído na idolatria e nos maus costumes.


Ao encerrar estas poucas minhas palavras, a todos agradecido pela paciência e generosidade com que me ouviram, peço uma derradeira licença, a de bradar, recrutado do fundo deste meu velho coração, o comando dos mártires cristeros: VIVA CRISTO-REI!


(S.Paulo, Igreja de S.Ivo, 17-5-2019)




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